segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Balanço do ano de 2018


Desde a fundação do blog "Cais do Pico", há cinco anos, que, no derradeiro dia do calendário, é divulgado um balanço anual do que se passou neste blog; mantendo essa tradição, aqui fica a análise a 2018, tendo por base os 301 posts aqui publicados neste ano que agora finda.

Em primeiro lugar, quero agradecer a todos os leitores deste blog, pois só faz sentido aqui escrever se do outro lado houver quem se interesse pelo respetivo conteúdo. Mais uma vez, sinto que escrever sobre um pouco de tudo relacionado com a ilha montanha, sendo dado destaque à zona do Cais do Pico, à vila e ao concelho de São Roque do Pico, é tempo, esforço e dedicação bem empregues, porque o retorno é fantástico: sejam comentários neste blog, mensagens para o seu e-mail (mail@caisdopico.pt), contactos via Facebook (www.facebook.com/blogcaisdopico/) ou abordagem pessoal, várias foram as pessoas que tiveram palavras muito simpáticas para comigo devido ao blog.

Por outro lado, houve outras situações que também que me sensibilizaram e que, ao mesmo tempo, relembram-me como é uma grande responsabilidade manter atualizada a informação aqui disponibilizada, sobretudo no que se refere aos separadores "Barcos", "Aviões" e "Autocarros". A título de exemplo, várias pessoas me confidenciaram pessoalmente que, antes de viajar, consultam sempre o blog para verificarem horários, bem como este portal foi mencionado numa reportagem online como a referência para quem quer saber o que se passa no Pico.

Contudo, confesso que o momento mais marcante do ano, e que me deixou muito honrado, foi quando um doutorando das ilhas Canárias me pediu uns esclarecimentos para que pudesse utilizar informação do blog "Cais do Pico" na sua tese de doutoramento — é mesmo muito gratificante sentir que este blog até já serve como referência bibliográfica internacional!

É por estas e por outras que, cada vez mais, tenho a sensação de que, por vezes, algo só é pequeno na nossa imaginação e não na prática! E este blog tem sido um enorme ensinamento nesse sentido, sobretudo quando parece, à primeira vista, um tanto ou quanto impossível escrever regularmente só sobre uma ilha no meio do Atlântico, a qual tem menos de 15 mil habitantes (ou seja, um dos locais mais remotos e menos populosos do país), recorrendo para isso apenas ao tempo livre e tendo em consideração que passo grande parte do ano fisicamente ausente da ilha montanha... Pois bem, as estatísticas têm demonstrado que esse desafio quase impossível tem tido um retorno verdadeiramente inimaginável: primeiro, não só tem sido possível manter uma regularidade praticamente diária de nova informação aqui publicada, como até foi alcançado um novo recorde de posts num só ano, mais concretamente por se ter ultrapassado as três centenas de publicações em 2018! Por outro lado, no início do ano foi atingida a marca simbólica de um milhão de visualizações, sendo que atualmente já foram superadas as 1,4 milhões de visitas! E como se isso por si só já não fosse fantástico, o blog "Cais do Pico" continua a ser um dos blogs mais lidos de Portugal, sendo inclusivamente líder na sua categoria — Cidade / Local!

É igualmente justo reconhecer que todas estas marcas também se devem a todos aqueles que deram a conhecer este blog, mais concretamente a outros blogs que incluem o "Cais do Pico" na sua lista de leituras, a quem passou a palavra de boca em boca dos posts aqui publicados e a quem partilhou os mesmos no Facebook e noutras redes sociais, sendo que a todas estas pessoas renovo o meu agradecimento pela divulgação efetuada.

Em termos de acesso à informação, o blog não registou alterações significativas durante o ano de 2018, destacando-se a adição de alguma publicidade, de forma a cobrir os custos associados ao uso de um domínio registado, bem como agora o acesso é mais seguro por ser utilizado o protocolo HTTPS. O link de acesso continua simples de memorizar — caisdopico.pt — é possível fazer um gosto na página de Facebook associada (a qual já conta com mais de 1.500 gostos), bastando para isso procurar por @blogcaisdopico, e ainda é possível registar um e-mail e receber automaticamente uma mensagem sempre que existir um novo post (consultem a barra lateral direita deste blog para aderir ou o final da página, consoante estejam a visualizar num computador ou num telemóvel, respetivamente).

Tomando agora a liberdade de destacar algumas das publicações efetuadas durante o quinto "ano de vida" do blog "Cais do Pico", houve um conjunto alargado de posts que terminaram com uma frase comum (para além do habitual "Haja saúde!") e que traduziram aquilo que se sente na ilha montanha: "o Pico está na moda!" Foram inúmeros os indicadores estatísticos que mostraram que a ilha do Pico está em franco crescimento na área do turismo, desde a eleição de um museu do Pico como um dos melhores de Portugal, as dormidas que se registaram e a elevada procura por parte de estrangeiros, o novo recorde de subidas à Montanha, enfim, a ilha montanha está de tal forma no centro das atenções — são mais do que muitas as razões para visitar o Pico, podendo até ser sugerido um top 10 — que inclusivamente esta ilha teve em destaque em prestigiados jornais e revistas internacionais, como a 'Condé Nast Traveler', o 'The New York Times' e o 'Financial Times', além de que, a nível nacional, o Pico foi recomendado para uma escapadinha. E se dúvidas houvesse onde se pode alojar tanta procura, comprovou-se que a ilha montanha tem uma impressionante capacidade de alojamento, nomeadamente no que concerne ao alojamento local e turismo rural, tipos de alojamento estes que também foram classificados como sendo dos melhores de Portugal — no Pico é-se tão bem recebido que até os tubarões beijam os mergulhadores!

Mas não só no turismo o Pico mostrou a sua pujança: foi nesta ilha que se registou o segundo maior número de edifícios licenciados no arquipélago, bem como o mercado imobiliário esteve em destaque. Em termos de exportações, o Pico esteve e está no centro da excelência dos produtos açorianos, como é demonstrado pelo crescimento no abate de bovinos ou pela manteiga picarota que é servida nos restaurantes mais finos do país; aliás, o Pico está representado no atlas mundial da alimentação, não sendo por isso surpreendente que tenha uma das 7 Maravilhas à Mesa. Como pano de fundo de tudo isto surge a magnífica Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, a qual venceu o Prémio Nacional da Paisagem de 2018.

Como nem tudo são boas novas, o blog "Cais do Pico" também acompanhou alguns dos azares e notícias menos boas para os picarotos, em particular, e para todos em geral: o encalhe do navio "Mestre Simão", o impacto do encerramento da conserveira Cofaco, a derrocada nas Ribeiras e a destruição da Central de Energia das Ondas do Pico, bem como a exceção (negativa) do serviço de saúde na ilha montanha. Nota ainda para análises feitas ao aproveitamento mediático / indevido do ponto mais alto de Portugal, devidamente explanadas nos posts "Pico — uma montanha de promessas" e "O errozinho de Fernando Medina".

Em todo o caso, e à semelhança de anos anteriores, houve um tema que mereceu um amplo destaque aqui: o Aeroporto da ilha do Pico e o movimento aéreo que serve a ilha montanha. As estatísticas mostraram uma liderança regional no crescimento dos passageiros aéreos no início do ano, bem como um grande destaque no período do verão (onde, por exemplo, os valores das tarifas de/para o Pico são comprovadamente dos mais caros na rota com Lisboa) — em particular, durante o pico da época alta foram batidos vários recordes na ilha montanha ao nível do transporte aéreo, o que levou inclusivamente a que o aeroporto da ilha do Pico entrasse no top mundial dos aeroportos mais movimentados.

Ainda dentro do tema das acessibilidade aéreas para o Pico, vale a pena recordar o que aconteceu no âmbito da petição pública "Pelo aumento das condições de operacionalidade do Aeroporto da ilha do Pico" (que tinha sido oficializada em 2017): em abril de 2018 teve lugar a apresentação e o debate em plenário da Assembleia Legislativa dos Açores da petição em questão, sendo que todos os representantes políticos mostraram-se de acordo com os termos da mesma, numa posição clara e unânime; além disso, no final da primavera de 2018 deu-se início à execução do grooving na pista do Aeroporto da ilha do Pico, precisamente uma das reivindicações da petição, empreitada esta que ficou concluída em agosto; a outra reivindicação — a ampliação da pista — pode ainda não estar programada, mas a certificação do sistema ILS no Pico no verão de 2018, após um longo processo de quase 14 anos, é, de certa forma, um incentivo para não baixar os braços, no sentido em que mostra que às vezes as coisas podem demorar, mas acabam sendo feitas quando não se desiste do objetivo inicialmente traçado. Assim, considerando tudo o que foi alcançado, a petição sobre o aeroporto do Pico foi, e continua a ser, um sucesso! Se, por um lado, eu e os meus "companheiros de luta" ficámos muito honrados e sensibilizados com o "Voto de Reconhecimento" que nos foi dirigido publicamente, por outro nunca esqueceremos o enorme apoio das pessoas que assinaram a petição e a união pública demonstrada, incluindo as vertentes empresarial e política — o sucesso alcançado por esta iniciativa deve-se a este exemplo de cidadania construtiva por parte de todos os intervenientes.

O Porto do Cais do Pico e o seu movimento também não foram esquecidos, tema este que tem sido recorrente neste blog desde a sua fundação. Se no início do ano foi anunciado que o projeto do Terminal Marítimo de Passageiros em São Roque do Pico estava sem data para arrancar, a meio do ano nada de novo aconteceu a não ser umas declarações públicas a afirmar que haveria novidades em setembro — note-se que se chegou ao fim do ano e continua tudo na mesma, isto é, não há terminal à vista e as limitações e cancelamentos por falta de pontos de atracagem simultâneos e com melhores condições são cada vez mais frequentes, sobretudo no verão. No entanto, houve uma boa novidade relacionada com esta que é a principal infraestrutura portuária da ilha montanha: ao fim de seis meses de obras, o Porto do Cais do Pico voltou a ter a rampa ro-ro operacional, o que permitiu à Atlânticoline retomar a operação normal neste porto, nomeadamente podendo (des)embarcar viaturas em São Roque do Pico. Ainda assim, a empresa pública de transporte de passageiros "voltou a fazer das suas" e a servir de forma deficitária os passageiros do "Triângulo": não só tomou decisões incompreensíveis ao efetuar rotas sem justificação, mas também cancelou escalas em São Roque do Pico devido à presença de um navio... fantasma! Como se não bastasse, o Porto do Cais do Pico ainda foi discriminado por ser aquele onde a divulgação pública das entradas e saídas de navios se revelou claramente bastante atrasada quando comparado com outras infraestruturas portuárias açorianas.

Aproximando-me do final deste balanço anual, quero ainda mencionar como o blog "Cais do Pico" serviu de montra a uma das propostas vencedoras do primeiro orçamento participativo dos Açores — audioguias no Museu da Indústria Baleeira — bem como voltou a ser o principal divulgador da Árvore do Desejo, cuja informação in loco foi renovada em 2018. Quero também realçar outros posts que pretenderam ser um contributo para o todo regional, nomeadamente os seguintes: "Tamanhos mínimos e períodos de defeso na pesca no mar dos Açores" (publicação esta que se juntou à longa lista de "Informações úteis" providenciadas neste blog, como é exemplo o regulamento de subida à montanha, também atualizado em 2018); "A centralização/concentração açoriana" (análise esta que também se transformou num contributo para a Comissão Eventual para a Reforma da Autonomia, da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores). No meio do extenso rol de publicações, houve ainda tempo para algumas de índole mais humorística, como "Bola de fogo (made in China) pode atingir o Pico!", "Estará um tesouro (alienígena) escondido em São Miguel Arcanjo?" e "Pico, a ilha das quatro capitais".

Mesmo antes de terminar, gostaria de (voltar a) desafiar os leitores deste blog a consultarem o separador "Sabia que..." e a verificarem se já tinham conhecimento das curiosidades lá apresentadas, pois eu próprio desconhecia a maioria delas! Além disso, tomo a liberdade de partilhar de novo uma das fotos originais aqui apresentadas durante 2018 (uma espécie de "imagem do ano", tal como foi feito em balanços anteriores): uma foto tirada do mar e que captura bastante da essência do Pico — uma ilha feita de pedra bem negra e que é dominada por uma imponente montanha [imagem em anexo].

Finalmente, e concluindo este longo post, quero desejar a todos um Feliz Ano Novo de 2019, com muita saúde e boa disposição!

Haja saúde!

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