segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Laurocho — o escaravelho endémico em conservação no Pico no âmbito do LIFE BEETLES


De nome científico Pseudanchomenus aptinoides, o laurocho é um escaravelho endémico dos Açores com 12 mm de comprimento e que possui uma forma delgada e frágil, com uma coloração castanho-avermelhada. Este pequeno predador vive no solo e nos troncos de árvores nativas da floresta hiper-húmida entre os 800-1200 m. Está mais ativo durante a noite e, para o encontrar, é necessário procurar em locais com fendas profundas, tendo um período de maior atividade durante os meses de julho e outubro.

Este escaravelho encontra-se em perigo crítico de extinção, sendo essa uma das razões para ser um dos visados do projeto LIFE BEETLES, um projeto de conservação da Natureza cofinanciado em 55% pela União Europeia e cujo principal objetivo é melhorar o tamanho das populações, área de distribuição e estado de conservação de 3 espécies de escaravelhos endémicos: o Pseudanchomenus aptinoides (laurocho) na ilha do Pico, o Tarphius floresensis (escaravelho cascudo da mata) na ilha das Flores, e o Trechus terrabravensis (carocho da terra-brava) na ilha Terceira.

Entre outras atividades, o projeto LIFE BEETLES tem promovido a remoção de plantas invasoras e a plantação de espécies endémicas, por forma a assegurar, a longo prazo, um habitat adequado para o laurocho.

Por fim, e como curiosidade, o laurocho — cujo nome comum foi sugerido numa iniciativa no Facebook — é uma espécie descrita pela primeira vez em 1867 através de um indivíduo recolhido nas Furnas, em São Miguel, que se encontra hoje no Museu de História Natural de Paris. Após várias campanhas científicas ao longo de 20 anos nas Furnas, sem qualquer indivíduo amostrado, está considerado potencialmente extinto em São Miguel.

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