terça-feira, 15 de março de 2022

O caracol esbranquiçado do Cais do Pico


Através de um contributo interessante prestado pela Universidade dos Açores à sociedade — relacionado com a distribuição dos moluscos terrestres da ilha do Pico [link] — é possível encontrar a seguinte passagem:
No início do século XX, o barão W. Rothschild realizou uma expedição aos Açores cujas recolhas depositou no Natural History Museum, Londres; entre o material recolhido, mas nunca trabalhado, figuram sete exemplares de Macaronapaeus imaculadamente brancos (BMNH 1903-10-8.175-181), que se crê relacionados com o endemismo terceirense Macaronapaeus alabastrinus. Nobre (1924) recolheu esta espécie nos arredores do Cais do Pico e menciona-a como Bulimus pruninus.
Ora bem, isto sugere que há um tipo de caracol que parece se dar bem para os lados do Cais do Pico, de tal forma que um cientista mencionou especificamente esta localidade!

Efetivamente, a expedição associada (em 2006) ao estudo universitário supramencionado encontrou esta espécie de caracol esbranquiçado na ilha montanha apenas e só na estação colocada no Cais do Pico (de entre 16 espalhadas pela ilha).

Esta é uma espécie também conhecida por Bulimus pruninus ou Napaeus cf.alabastrinus (para além de Macaronapaeus alabastrinus) e que só foi encontrada nas ilhas do Pico e da Terceira, sendo relativamente comum nesta última; todavia, no caso da ilha montanha, este caracol é bem mais raro, sendo que entretanto também já se conseguiu encontrar alguns poucos exemplares na Terra Alta, em Santo Amaro, e no Cabeço do Monte Escuro, na Piedade.

Em todo o caso, este caracol esbranquiçado pode ser considerado como um embaixador do Cais do Pico, pois devagarinho levou longe e de forma comprovadamente científica mais uma das particularidades e características que tornam única esta zona da ilha montanha.

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