terça-feira, 31 de julho de 2018

7 Maravilhas à Mesa — votações para as mesas do Pico


De entre os 49 pré-finalistas das 7 Maravilhas à Mesa, a ilha montanha consegue o pleno ao ter as suas três candidaturas nesta fase deste concurso das 7 Maravilhas de Portugal:

A edição de 2018 das 7 Maravilhas de Portugal é dedicada à verdadeira experiência de comer e beber a uma mesa portuguesa — as 7 Maravilhas à Mesa pretende eleger alguns dos patrimónios mais apreciados pelos portugueses: a Gastronomia associada aos Vinhos e a Roteiros Turísticos.

Para votar nestas mesas picoenses, basta ligar para um dos seguintes números, respetivamente (custo de 0,60 € + IVA):

Os resultados da passagem à final serão conhecidos ao longo de galas que se realizam na RTP 1, ao domingo à noite, onde são eleitas 2 MESAS de entre as 7 apresentadas nessa gala. Assim, pode-se votar nas mesas picoenses até à respetiva gala, as quais têm lugar nas seguintes datas:

A Gala Finalíssima terá lugar no dia 16 de setembro de 2018.

Para conhecer os pormenores de cada uma das três candidaturas da ilha do Pico, basta clicar nas imagens seguintes.

Haja saúde!

Post scriptum: A Mesa das Lajes do Pico foi selecionada como uma finalista das 7 Maravilhas à Mesa | Mesa das Lajes do Pico é uma das 7 Maravilhas à Mesa.




Mesa de São Roque do Pico / Capital do Turismo Rural

Mesa das Lajes do Pico / Capital da Cultura da Baleia

Mesa da Madalena do Pico / Capital dos Açores da Vinha e do Vinho

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Festival de Música Terra dos Barcos 2018


De 6 a 9 de agosto de 2018 tem lugar a 2.ª edição do 'Festival de Música Terra dos Barcos', o qual decorre em Santo Amaro, São Roque do Pico, e cujo programa se encontra em anexo.

Haja saúde!


domingo, 29 de julho de 2018

Trilhos do Pico na plataforma Portuguese Trails


O mais famoso percurso a pé na ilha do Pico — a subida à montanha — e um circuito de ciclismo contemplando as zonas costeiras, onde existe um elevado património associado à cultura baleeira e à cultura da vinha, bem como as zonas interiores onde se destaca o valioso património natural da ilha montanha — o Pico Granfondo — integram a lista de trilhos disponível na plataforma Portuguese Trails: www.portuguesetrails.com

Para além de disponibilizar informação e conteúdos em cinco idiomas sobre os vários percursos a pé ou de bicicleta, a Portuguese Trails permite ainda disponibilizar informações sobre alojamentos, atividades, lojas, oficinas, além de sugestões de experiências locais, dirigidas essencialmente a ciclistas e caminhantes.

Haja saúde!

sábado, 28 de julho de 2018

Azores Top 10 — Pico


O site Azores Top 10 identificou algumas das melhores coisas que podem ser feitas nos Açores, recorrendo para esse efeito a magníficas imagens de todas as nove ilhas, sendo que ao público coube selecionar o top 10 em cada uma.

No caso da ilha montanha foram escolhidas as seguintes:
  1. Subida ao Pico
  2. Whale Watching
  3. Lagoa do Capitão
  4. Trilho das Vinhas
  5. Cella Bar
  6. Lajido
  7. Vinho Czar
  8. Museu dos Baleeiros
  9. Galeria Costa
  10. Longitudinal EN3
Mas, mais do que palavras, aqui ficam as magníficas imagens do top 10 da ilha do Pico.

Haja saúde!












sexta-feira, 27 de julho de 2018

Botes baleeiros do Pico sagram-se campeões regionais 2018


Entre os dias 13 e 15 de julho de 2018 decorreu em São Mateus da Calheta, Angra do Heroísmo, ilha Terceira, o III Campeonato Regional de Botes Baleeiros. Cerca de 160 participantes, tripulando 13 botes de todas as ilhas com exceção do Corvo e de São Jorge, tiveram como intuito transformar esta competição numa autêntica homenagem à memória do povo açoriano e à sua história.

No final do evento, e depois de cumpridas 10 regatas (3 de remo masculino, 3 de remo feminino e 4 de vela), botes baleeiros do Pico arrecadaram o primeiro lugar em ambas as categorias de remo, repetindo, assim, o feito do ano anterior.

Mais concretamente, e em femininos, a vitória coube às remadoras do bote ‘São Pedro’, do Clube Naval Aliança Calhetense; na prova de remo masculino, o domínio pertenceu ao bote ‘Maria Celeste’, do Clube Náutico das Lajes do Pico.

Em termos de vela, a equipa campeã regional veio da ilha do Faial, mais concretamente a que esteve a bordo do bote ‘Senhora do Socorro’, da Junta de Freguesia do Salão.

Todos os resultados e classificação final podem ser encontrados nos seguintes links: Remo Feminino | Remo Masculino | Vela — destaca-se aqui o domínio dos botes baleeiros picarotos, os quais não só conquistaram dois terços das medalhas de ouro em disputa, bem como ocuparam mais de metade (5 em 9) dos lugares de pódio.

Esta é uma prova única no país e que envolve, em doses iguais, história e desporto, competição e memória coletiva, orgulho de um povo e vontade de manter vivo o património que é de todos.

Haja saúde!


quinta-feira, 26 de julho de 2018

Horários dos barcos — Cais Agosto 2018


Em anexo apresenta-se os horários das ligações marítimas de passageiros (mais concretamente da Linha Verde da Atlânticoline) durante a edição de 2018 do festival "Cais Agosto", as maiores festas do concelho de São Roque do Pico.

Haja saúde!


terça-feira, 24 de julho de 2018

Vista aérea do Cais do Pico (vídeo)


Apresenta-se, em anexo, um vídeo da autoria de Henrique Andrade, referente a um fantástico dia de julho de 2018, o qual mostra a vista aérea do Cais do Pico, coração da vila de São Roque do Pico.

Haja saúde!

domingo, 22 de julho de 2018

Um ano depois, eis os efeitos da petição sobre o Aeroporto do Pico


Há um ano, no dia 22 de julho de 2017, foi submetida à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores a petição pública "Pelo aumento das condições de operacionalidade do Aeroporto da ilha do Pico". Este ato não se tratou de uma mera formalidade, mas sim marcou o dia em que as pessoas se uniram em defesa de melhoramentos na infraestrutura aeroportuária do Pico!

Vale a pena recordar os objetivos desta petição:
  1. Que o comprimento da pista seja aumentado, de forma assegurar a operação sem limitações de "payload" para as aeronaves das famílias Airbus A320 e Boeing 737;
  2. Que a pista seja ranhurada (implementação de "grooving") em toda a sua extensão, de forma a minorar os efeitos adversos para as aterragens provocados pela chuva que frequentemente cai sobre o território açoriano.
Na cerimónia de envio da petição ao parlamento regional, a qual decorreu precisamente no aeroporto da ilha montanha, várias pessoas se reuniram, destacando-se a presença dos três presidentes de Câmara do Pico e dos quatro deputados regionais eleitos por esta ilha, de forma a comprovarem a enorme adesão da sociedade a esta causa, mais concretamente "uma montanha de apoio, traduzida de forma simbólica em 2351 assinaturas — tantas quantas a altura do ponto mais alto de Portugal, o nosso Pico!"

Seguindo os trâmites legais, a Comissão de Economia da Assembleia Legislativa dos Açores deliberou admitir, por unanimidade, a petição em questão, sendo que seguiu-se a audição dos peticionários e de outras entidades em sede desta comissão (em novembro de 2017). Além disso, foram recolhidos vários pareceres sobre esta petição, os quais não só demonstraram a importância da melhoria do Aeroporto do Pico e os seus benefícios para a ilha montanha e para o "Triângulo", em particular, e para os Açores, em geral, bem como foi apresentado um parecer técnico que, para além de atestar que os objetivos da petição podem ser alcançados e têm um custo da ordem dos 15 milhões, forneceu o respetivo esboço detalhado de uma possível futura ampliação do Aeroporto da ilha do Pico. Todo este trabalho e respetivas conclusões ficaram patentes num parecer da Comissão de Economia relativo à petição sobre o Aeroporto do Pico.

Em abril de 2018 teve lugar a apresentação e o debate em plenário da Assembleia Legislativa dos Açores da petição em questão. Daqui resultou uma clara e unânime afirmação política: todos os grupos e representações parlamentares da Assembleia Regional dos Açores reconhecem a necessidade de melhoria do Aeroporto do Pico, estando assim de acordo com os termos da petição.

No entanto, e passando do papel à prática, foi com muita satisfação para todos que, no final da primavera de 2018, deu-se início à execução do grooving na pista do Aeroporto da ilha do Pico, precisamente uma das reivindicações da petição!

Em suma, e passado um ano, a petição sobre a maior infraestrutura aeroportuária totalmente açoriana mostrou que a sociedade civil soube identificar um problema, apontar soluções e dar o seu contributo de forma construtiva, tendo os representantes políticos não só reconhecido que existe uma necessidade de melhoria do Aeroporto do Pico, e que o aumento da pista é um investimento que terá de ser considerado num futuro próximo, além do grooving que, efetivamente, tornou-se uma realidade com a ajuda desta iniciativa popular. Assim, considerando tudo o que foi alcançado até ao momento, a petição sobre o Aeroporto do Pico foi e é um sucesso!

Por fim, os promotores desta petição nunca esquecerão o enorme apoio das pessoas que a assinaram e a união pública demonstrada, incluindo as vertentes empresarial e política. O sucesso alcançado por esta petição deve-se a este exemplo de cidadania construtiva por parte de todos os intervenientes. O nosso muito obrigado a todos!

Haja saúde!

[Post scriptum: em fevereiro de 2019, Governo dos Açores encomendou estudo para ampliação da pista do aeroporto do Pico.]

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Desconvocada greve na Atlânticoline (relativa às principais festas de 2018)


Comunicado da Atlânticoline:
O pré-aviso de greve dos trabalhadores da Atlânticoline, S.A., que estaria em vigor a partir das 00h00 do dia 20 de julho, foi levantado, após sindicato e empresa terem alcançado um acordo.
Assim, todas as viagens da Linha Azul retomam o seu normal funcionamento.
Em relação à Linha Verde, e atendendo a que os serviços mínimos implicavam um ajustamento ao itinerário que entretanto já tinha sido desenvolvido, a viagem do final do dia mantém a sua escala no Pico na Madalena, nos dias 20, 21 e 22 de julho.
No que diz respeito aos restantes períodos afetados pelo pré-aviso (Cais Agosto, Bom Jesus e Semana do Mar), e atendendo a que este deixa agora de existir, todas as viagens de ambas as linhas decorrerão com normalidade.
Durante o dia de amanhã [20 de julho], a Atlânticoline divulgará as viagens extraordinárias a realizar após os concertos da Festa de Santa Maria Madalena.
Recorde-se que no separador "Barcos" deste blog é possível encontrar os horários dos navios de passageiros que servem a ilha do Pico de forma regular, bem como os horários dos navios de mercadorias que escalam o principal porto comercial da ilha montanha.

Haja saúde!

Post scriptum: Adicionado horário das viagens extraordinárias relativas às Festas da Madalena 2018.


quarta-feira, 18 de julho de 2018

Reconhecido interesse público do projeto do Museu da Construção Naval em Santo Amaro do Pico


O Governo dos Açores reconheceu o interesse público do projeto de construção do Museu da Construção Naval, em Santo Amaro, concelho de São Roque do Pico, de acordo com um despacho conjunto do Secretário Regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses, e da Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo, Marta Guerreiro.

O despacho, publicado em Jornal Oficial em 16 de julho de 2018, reconhece o "relevante” interesse público do projeto de construção de um núcleo museológico dedicado ao tema de construção naval em madeira, requerido pela Direção Regional da Cultura, e permite o desenvolvimento das ações necessárias a realizar na área de reserva ecológica onde o projeto ficará inserido.

Na construção deste museu pretende-se a implantação de uma unidade museológica de caráter único, que aborde a temática das comunicações marítimas ligada ao desenvolvimento e à coesão regional, com conteúdos referentes à construção naval no mundo, em Portugal e nos Açores, à história da construção naval, à explicitação do barco, nomeadamente sistemas construtivos e partes construtivas, à construção naval em Santo Amaro e ao barco na comunidade.

O edifício representará uma memória presente sobre uma atividade exercida com importância para a população de Santo Amaro e será enquadrado no Museu do Pico, do qual já fazem parte três polos/núcleos museológicos, nomeadamente o Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, o Museu da Indústria Baleeira, em São Roque, e o Museu do Vinho, na Madalena.

O local escolhido corresponde ao centro daquela atividade industrial e tradicionalmente utilizado como o maior estaleiro de construção naval em madeira.

Este local também corresponde ao centro radial das quatro oficinas dos mais famosos mestres construtores que ainda subsistem e estarão associadas a este projeto e que, pela mesma razão de proximidade, foram edificadas na sua envolvência.

[Fonte: GaCS]

Haja saúde!

terça-feira, 17 de julho de 2018

Pico agradece ao eng. Paulo Menezes


Numa altura em que se procede à substituição do presidente do Grupo SATA, é chegada a hora de um pequeno balanço e do enaltecer de inúmeros aspetos positivos durante o mandato do Eng. Paulo Menezes na Presidência do Grupo SATA. É certo que este grupo empresarial, estratégico e essencial para a nossa região padece de muitos problemas, mas a ilha do Pico deve muito à coragem do Eng. Paulo Menezes na melhoria substancial das ligações aéreas inter-ilhas e com Lisboa, apesar dos constrangimentos que ocorreram nos últimos anos.

Até à entrada da SATA/Azores Airlines na rota Lisboa-Pico-Lisboa em 2015 (após a liberalização das gateways de Ponta Delgada e Terceira e a saída da TAP do Pico e Horta), o Pico tinha 2 voos semanais com Lisboa circulares (via Terceira) durante quase todo o ano. Atualmente, o Pico tem 2 voos semanais diretos com Lisboa durante todo o ano, que passam a 3 voos em abril, maio, setembro e outubro e 4 voos no “pico” da época alta (junho a agosto). A eliminação da escala na Terceira nos voos entre Lisboa e o Pico resultou numa clara e óbvia diminuição dos passageiros em trânsito, traduzindo-se no aumento do número de lugares e correspondente ocupação dos passageiros com destino à/origem na ilha montanha.

Também nos voos inter-ilhas o Pico teve um importante reforço, passando, em 2015, de 2 voos diretos com Ponta Delgada no Inverno IATA para 4 voos diretos. De Verão o número de voos subiu de 7 para 10 semanais com Ponta Delgada em abril, maio e outubro, enquanto de junho a setembro o número passou de 10 para 16 voos semanais. Também entre o Pico e a Terceira foram aumentadas as frequências de 7 para 11 voos semanais de junho a setembro.

As apostas mencionadas não foram caprichos, corresponderam ao aumento da procura interna e turística pela ilha do Pico em particular e pelo Triângulo dos Açores (Pico - São Jorge - Faial), um produto (um bilhete, 3 ilhas) cada vez mais atrativo no contexto do Turismo dos Açores. Os números (SREA) não enganam.


A presidência do Eng. Paulo Menezes à frente do Grupo SATA corresponde, então, a um periodo de grande crescimento do Aeroporto do Pico, quer no número de voos e passageiros movimentados, quer nas próprias infraestruturas, destacando-se a intervenção em curso de "Grooving" da pista, que permitirá uma melhoria bastante significativa na operação das aeronaves A320 em dias de chuva.

Em 2018 e até à data, os números têm sido bastante positivos, com a continuidade da tendência de crescimento. Como exemplo concreto, a 16 de Junho de 2018 terminou uma semana recorde para o Aeroporto do Pico, com o movimento de 31 voos inter-ilhas, incluíndo vários voos extra/reforço. Poucos dias depois (a 22 de Junho) a SATA anunciava, mais uma vez, um reforço de voos inter-ilhas para o Pico, o maior reforço no contexto regional para o “pico” do Verão. A procura pela rota do Pico tem sido de tal maneira elevada que os voos extra de 9, 11, 14, 15, 17, 18, 20, 22 e 25 julho no sentido Ponta Delgada-Pico encheram, perspectivando-se um Verão (aliás um ano) recorde para o Aeroporto do Pico, que pelo terceiro ano consecutivo irá ultrapassar os 100 mil passageiros movimentados no seu aeroporto, tudo em voos do grupo SATA e sob a presidência do Eng. Paulo Menezes.

Fonte: Grupo Aeroporto do Pico (Facebook)

A Sociedade Picoense (e pensamos que a região em geral) esperam que o próximo presidente do Grupo SATA tenha abertura, à semelhança do Eng. Paulo Menezes, e promova o diálogo com as forças vivas locais, bem como compreenda rapidamente as dinâmicas específicas do Triângulo dos Açores e, sobretudo, a complementariedade entre os seus aeroportos. Dificilmente se poderá livrar de pressões exteriores (políticas e não-políticas) e terá um trabalho certamente complicado dada a situação do Grupo SATA em todos os domínios.

Os próximos passos nesta história de sucesso do Pico e do seu Aeroporto pertencem ao Grupo SATA, que tem muito a melhorar, não apenas na resposta à procura de voos, mas também no serviço ao cliente, na pontualidade, na relação com os seus trabalhadores e parceiros sociais. Não é pelo Pico que o Grupo SATA se encontra na situação difícil em que está; aliás, o Pico é certamente um dos pilares para dar a volta à situação, oferecendo uma montanha de oportunidades para o Grupo SATA.

Ao Governo dos Açores, principal (e até à data único) acionista do Grupo SATA, cabe uma fatia superior de responsabilidade quanto ao futuro do maior aeroporto gerido totalmente pela região — o Aeroporto do Pico não pode continuar orfão de uma pista curta que tantos dissabores traz aos seus utilizadores e tantas dores de cabeça (logísticas e operacionais) traz à própria SATA, tendo também afastado a promissora operação charter da TUI em 2016 (voos diretos Amesterdão/Pico). É também necessário dar os passos necessários para a operação nocturna de aeronaves tipo A320 no Aeroporto do Pico. Com o ILS certificado (a funcionar ele está...) está dado mais um passo decisivo nesse sentido se subir o Aeroporto do Pico de categoria, de modo a possibilitar operações pós pôr-do-sol (sobretudo no inverno) e evitar desdobramentos pela noite dentro em Dash Q400 a partir de Ponta Delgada, como já aconteceu por diversas vezes. O próprio Eng. Paulo Menezes admitiu logo no início do seu mandato (sem se comprometer com um prazo) certificar os pilotos da Azores Airlines para manobrar no aeroporto do Pico após o pôr-do-sol. Esperemos que o novo Conselho de Administração prossiga com esses esforços.

Haja coragem política para colocar em prática este investimento reprodutor e mais do que justificado (mesmo em termos de custo final de obra): a ampliação da pista do Aeroporto do Pico para operação de aeronaves A320/B737 (as mais populares do planeta) sem limitações de payload, abringo novos horizontes para o Pico e para o Triângulo dos Açores.

Mais uma vez, a ilha do Pico deve muito à coragem do Eng. Paulo Menezes na melhoria substancial do transporte aéreo envolvendo a ilha montanha, sendo que este decisor percebeu que o Pico cresce e está na moda, e por isso é-lhe devida esta palavra de agradecimento: obrigado!

Bruno Rodrigues
Ivo Sousa
Luís Ferreira

Haja saúde!

Post scriptum: Este texto foi igualmente publicado na edição n.º 41.619 do 'Diário dos Açores', de 16 de julho de 2018.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Spots paradisíacos em São Roque do Pico


Apresenta-se, em anexo, um vídeo de promoção a alguns dos mais belos locais do concelho de São Roque do Pico — Capital do Turismo Rural.

Haja saúde!

domingo, 15 de julho de 2018

Ex-diretor mundial da Skype regressa ao Pico

“Keeping up with the Linos”: Ao fim de quase três semanas de regresso [sobre a partida dos EUA], Roberto Lino ainda não assentou. Não podia ser de outra maneira: o contentor em que acomodou os pertences, os seus e os da família, nem chegou ao Pico.
Assim começa um artigo publicado no blog "As Palavras do Regresso" sobre o retorno à ilha montanha, após 20 anos de emigração na Califórnia, de Roberto Lino, um marketeer que foi ex-director mundial da Skype e ex-vice-presidente da UserZoom, entre outros cargos em Sillicon Valley — link para o artigo na íntegra: "Se for preciso, aspiro a casa todos os dias"

Haja saúde!

sábado, 14 de julho de 2018

Scrimshaw — A arte dos Baleeiros nos Açores: Um património a conhecer a defender e salvaguardar


No passado dia 21 de junho de 2018, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi defendida a dissertação de mestrado intitulada "Scrimshaw — A arte dos Baleeiros nos Açores: Um património a conhecer a defender e salvaguardar", da autoria de Hugo Miguel Carriço [link para documento na íntegra].

A dissertação teve como objetivo a valorização do Scrimshaw enquanto património museológico, através da elaboração medidas a serem possivelmente apresentadas às Entidades Regionais que têm o poder de regular e onde os interessados possam saber que trabalhos existem no Arquipélago, sendo para isso necessário um levantamento geral.

Hugo Miguel Carriço, natural do Continente, a residir em Lisboa, mas com uma grande paixão pelo Arquipélago dos Açores, também licenciado e pós-graduado em Turismo — vertente informação turística — pelo Instituto Superior Novas Profissões, aceitou o desafio colocado por um professor para iniciar o Mestrado, não em turismo mas em História de Arte. Após trocas de impressões com este professor, que lhe perguntou o que é que ele gostava, a sua resposta foi “Os Açores”.

A conversa foi parar inicialmente não ao Scrimshaw, mas aos embutidos em marfim e osso de cachalote no mobiliário. No entanto, com o avançar das pesquisas e ainda com o trabalho de campo realizado no Grupo Central dos Açores, bem como devido a condicionantes encontradas, o tema originado foi outro, a necessidade da preservação do Scrimshaw.

Hugo Miguel Carriço não pretende parar por aqui já que, após uma pequena reflexão, decidiu avançar para o Doutoramento, onde irá trabalhar sobre o mesmo assunto abordado no Mestrado, esperando assim dar mais visibilidade a um património único e importante para todos.

Para todos aqueles que queiram saber mais sobre o tema do Scrimshaw abordado por Hugo Miguel Carriço, podem contactar o autor através do seguinte e-mail: hugomsacarrico@hotmail.com

Nota ainda para o facto de a 'Casa dos Sofias', localizada no Cais do Pico (num local muito próximo do Museu da Indústria Baleeira, na vila de São Roque do Pico), ter uma exposição pública permanente e de acesso gratuito relacionada com artefactos derivados dos dentes e ossos de cachalote.

Haja saúde!

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Portos dos Açores discrimina Porto do Cais do Pico


No passado dia 11 de julho deste ano de 2018, a Atlânticoline emitiu um comunicado sobre uma alteração ao horário e itinerário da Linha Verde (a qual liga Faial, Pico e São Jorge), mais concretamente relativa ao dia 13 de julho (esta sexta-feira) — segundo o comunicado, a presença do navio "Corvo" no Porto do Cais do Pico, situado na vila de São Roque do Pico, fez com que algumas escalas da Linha Verde fossem direcionadas para a Madalena [comunicado em anexo].

Atendendo ao que se passou no dia 26 de junho, onde um "navio fantasma" ocupou o Porto do Cais do Pico (o que implicou o cancelamento das respetivas escalas relativas ao transporte marítimo de passageiros), tomou-se a liberdade de investigar detalhadamente por onde ia estar o porta-contentores "Corvo" no dia 13 de julho e eis que se descobriu algo inesperado...

Em primeiro lugar, e analisando minuciosamente o comunicado da Atlânticoline, pôde-se concluir que o navio "Corvo" provavelmente só operaria entre as 10:25 e as 22:10, pois fora deste intervalo de tempo continuaram a estar programadas escalas em São Roque do Pico, nomeadamente as de uma viagem que vai ligar o "Triângulo" à ilha Terceira, passando pela Calheta de São Jorge, de forma a proporcionar mais uma forma de chegar ao 'Festival de Julho' que tem lugar nesta vila jorgense — sendo assim, merece um elogio este esforço para que uma rota há muito programada (Horta/Cais do Pico/Velas/Calheta/Angra e vice-versa) não fosse afetada. Por outro lado, nota ainda para uma particularidade do comunicado da Atlânticoline: a viagem no "Cruzeiro do Canal" entre Horta e Velas, na parte da manhã, tem uma duração prevista de 2h00, enquanto que, à noite, o percurso inverso (Velas/Horta) tem uma duração prevista de 1h20 — mesmo assumindo de que se trata de uma gralha, muitos passageiros podem ser apanhados desprevenidos; em todo o caso, consultando o separador "Barcos" do blog "Cais do Pico" [caisdopico.pt], é possível encontrar um horário atualizado e realista relativo a esta alteração de horário.

Assim, estando identificado a janela temporal de quando o porta-contentores "Corvo" estaria em São Roque do Pico, segue-se a verificação se estava previsto, no dia 13 de julho, este navio operar no Porto do Cais do Pico. Ora bem, consultando o calendário divulgado pela Transinsular para este mês de julho (e atualizado no dia 9 deste mês), não há qualquer referência a uma escala do navio "Corvo" na ilha do Pico nem no dia em análise, nem na respetiva semana em questão!

No entanto, atendendo a que o site Vessel Finder indicava, no dia 12 de julho, que o "Corvo" estava atracado na Horta, não era de todo impossível que este navio fizesse uma pequena paragem no Pico durante a viagem programada de horário entre o Faial e São Miguel. Notando que a Transinsular indica que "as escalas/datas indicadas podem sofrer alterações por motivos imprevistos", vale a pena dar o benefício da dúvida à Atlânticoline e acreditar no "azar" e na impossibilidade de operar no Porto do Cais do Pico por algumas horas de uma sexta-feira 13, pois, se isso não fosse verdade, não é de crer "de todo" que esta empresa fizesse esta alteração de horário e de itinerário, a qual é prejudicial para toda a dinâmica do "Triângulo"...

Ora bem, estando comprovado que o porta-contentores "Corvo" estava próximo da ilha montanha e que fazia sentido o hipotético horário de operação no Porto do Cais do Pico, restava tirar "a prova dos nove" e consultar as entradas/saídas previstas de navios nos principais portos açorianos, as quais estão disponíveis online através da Portos dos Açores. E eis que surge nova surpresa: no dia 13 de julho, apenas estava previsto operar em São Roque do Pico o navio "Paulo da Gama", bem como há previsões até ao dia 16 de julho, mas nada sobre o "Corvo"...

Entradas/saídas para o Porto do Cais do Pico (consulta efetuada na manhã do dia 12 de julho de 2018).

Será que este era mais um caso de um "navio fantasma" a aparecer no Cais do Pico, ainda por cima numa sexta-feira 13? Mas que raio de porto azarento, pois já teve o maior metro quadrado do mundo e já esteve bem "ferido" devido às mais de 90 mil toneladas de pedra que daqui seguiram para São Jorge...

Investigando mais um pouco, de forma a garantir que não se acusa as entidades envolvidas sem razão, foi feito um pequeno exercício: se o navio "Corvo" está na Horta e se depois vai para Ponta Delgada, bem como se as informações online da Portos dos Açores referem, para as saídas, o porto de destino e, para as chegadas, o porto de origem, então nas saídas da Horta teria de estar indicado para onde ia o "Corvo" e nas entradas de Ponta Delgada teria de estar referenciado de onde vinha este porta-contendores; consultando essa mesma informação, foi (finalmente!) possível confirmar que o navio "Corvo" prevê fazer escala no Porto do Cais do Pico no dia 13 de julho.

Entradas/saídas para o Porto da Horta (consulta efetuada na manhã do dia 12 de julho de 2018).

Entradas/saídas para o Porto de Ponta Delgada (consulta efetuada na manhã do dia 12 de julho de 2018).

Contudo, este cruzamento de informações permitiu por a descoberto uma outra realidade: a Portos dos Açores, através do seu sistema online, discriminou o Porto do Cais do Pico, situado na vila de São Roque do Pico, ao omitir informação que comprovadamente já dispunha!

É sabido que o Porto do Cais do Pico tem algumas limitações de operacionalidade, as quais naturalmente não são de fácil resolução; agora, criar limitações adicionais a esta infraestrutura portuária, neste caso na disponibilização de informação, mostra como não se tem em boa consideração o principal porto comercial da ilha montanha e o que nos últimos anos foi o terceiro porto mais movimentado dos Açores em termos de mercadoria!

Haja saúde!

Post scriptum: Foi curioso observar como, após um e-mail diretamente remetido à Portos dos Açores a relatar a situação acima descrita, e apesar de a missiva não ter tido resposta, a informação online de entradas/saídas relativas ao Porto do Cais do Pico foi corrigida em conformidade (isto é, indicando que o navio "Corvo" iria estar em São Roque do Pico no dia 13 de julho). Adicionalmente, também foi curioso notar como, após a divulgação pública deste post, a Atlânticoline emitiu um novo comunicado corrigindo a gralha que estava no seu horário. Nota ainda para o facto de este artigo ter sido publicado posteriormente na edição n.º 41.618 do 'Diário dos Açores', de 15 de julho de 2018.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Concurso Internacional de Fotografia "#MountainsMatter"


A MiratecArts apresenta o Concurso Internacional de Fotografia "#MountainsMatter", em que qualquer fotógrafo do mundo pode participar.

O trabalho dos finalistas vai fazer parte de uma exposição na ilha montanha do Pico, Açores, durante o Montanha Pico Festival em janeiro. Os vencedores vão receber uma futura exposição a solo (se pretenderem) de retrospectiva dos seus trabalhos e um convite a participarem com a MiratecArts e seus programas.

As condições de participação são:
  1. A participação está aberta a qualquer pessoa com 18 ou mais anos de idade.
  2. Os trabalhos devem ser entregues até ao dia 1 de novembro de 2018, através do e-mail montanhapicofestival@gmail.com (a plataforma WeTransfer pode também ser utilizada para a transferência das fotografias).
  3. As fotografias apresentadas, num número máximo de três por participante, poderão ser a cores, a preto e branco (P&B) ou sépia. Deverão também as mesmas ser originais não manipuladas, exceto para transformação de cor para P&B ou sépia, ajustes de contraste, luminosidade e reenquadramento. Não são admitidas a concurso fotografias resultantes de montagem ou manipulação de mais de uma imagem e/ou fotografia.
  4. Os trabalhos deverão ser apresentados em formato digital JPG ou JPEG, com dimensão de pelo menos 2000 pixéis na maior dimensão.
  5. As fotografias deverão ser acompanhadas de uma memória descritiva até ao máximo de 1200 caracteres (sem espaços), de acordo com o tema do concurso.

A memória descritiva e a mensagem de inscrição no concurso deverá incluir:
  1. O título de cada fotografia;
  2. A identificação do local onde foi obtida cada imagem;
  3. Nome e contacto do fotógrafo.

As fotografias dos finalistas serão impressas apenas para exposição e não serão objeto de venda. As fotografias vencedores serão também utilizadas para promoção do Montanha Pico Festival, sempre com crédito para os respetivos autores.
Mais informações podem ser encontradas em: www.picofestival.com

Haja saúde!




#MountainsMatter 2018 theme

In soldarity with International Mountain Day 2018, our contest theme reflect the theme of the international community. We ask photographers to enter their images according to the various categories they fnd that reflect this theme:
”#MountainsMatter” is the theme chosen for this year’s celebration of International Mountain Day.

Even though they are mentioned in the 2030 Agenda, mountains are still often forgotten. Considering the crucial role they play in providing key ecosystem goods and services to the planet and their vulnerability in the face of climate change, we need to step up and raise attention to mountains.

#MountainsMatter for Water as mountains are the world’s ‘water towers’, providing between 60 and 80 percent of all freshwater resources for our planet. However, all available records indicate that glaciers in mountain ranges around the world are retreating and disappearing due to climate change. At least 600 glaciers have disappeared completely over the past decades, affecting water supplies relied on by billions living downstream.

#MountainsMatters for Disaster Risk Reduction as climatic variations are triggering disasters. Avalanches, mudflows and landslides are tumbling downstream, stripping bare forests, flooding communities and populations.

#MountainsMatter for Tourism as mountain destinations attract around 15-20 percent of global tourism and are areas of important cultural diversity, knowledge and heritage. Although mountain tourism has the potential to foster economic development in remote and isolated regions, many mountain communities are still not benefiting and live in poverty.

#MountainsMatter for Food as they are important centres of agricultural biodiversity and are home to many of the foods that come to our table, such as rice, potatoes, quinoa, tomatoes and barley. Yet, they are home to some of the hungriest peoples in the world with a high vulnerability to food shortages and malnutrition, and climate change is affecting mountain agriculture.

#MountainsMatter for Youth as despite the beautiful landscapes, life in the mountains can be tough, particularly for rural youth. Abandoning their villages in search of employment elsewhere has led to an absence of young people and an increasing labour shortage. Migration from mountains leads to an increase in abandoned agricultural, land degradation and often forest fires. At community level, cultural values and ancient traditions are lost.

#MountainsMatter for Indigenous Peoples as many mountain areas host ancient indigenous communities that possess and maintain precious knowledge, traditions and languages. Mountain peoples have developed remarkable land use systems and have a wealth of knowledge and strategies accumulated over generations on how to adapt to climate variability.

#MountainsMatter for Biodiversity as half of the world’s biodiversity hotspots are concentrated in mountains and mountains support approximately one-quarter of terrestrial biological diversity. Mountains are home to rare animals such as gorillas, snow leopards and the majestic tahr as well as strikingly beautiful plants such as orchids and lobelias.

International Mountain Day 2018 will be an occasion to create a large social movement that can bring mountain issues on the tables of politicians. Through a global campaign, a social media strategy and events around the world, we plan to tell the world that the current neglect of mountains and mountain peoples must stop. We therefore ask everyone to use the hashtag #MountainsMatter in all their communications specifying why mountains matter for them.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Os vinhos do Pico e o glifosato


Recentemente foi publicado um artigo de âmbito nacional, mais concretamente no jornal 'Público', sobre "Os vinhos do Pico e o perigo do glifosato". No texto em questão é abordado um eventual uso excessivo de herbicidas na ilha montanha, o que, naturalmente, é algo que importa refletir.

Contudo, o que muito provavelmente não teve equivalente número de leitores (nem tanto impacto a nível nacional) foram umas notas de um produtor de vinho no Pico a explicar a sua visão sobre este assunto [texto na íntegra em anexo]: em suma, este produtor refere que os serviços públicos e os produtores "têm trabalhado em conjunto com vista a solucionar o problema da utilização excessiva dos glifosatos. E têm-no feito com grande sucesso. (...) Em resumo, os glifosatos foram um problema."

Importa salientar que todas as opiniões são válidas e merecem respeito; no entanto, e devido aos diferentes meios de comunicação social utilizados, alguns só tiveram acesso à informação de um dos lados, o que pode levar a uma generalização que talvez não corresponde à realidade atual. Assim, mais do que apontar aquilo que (eventualmente) não está bem, vale a pena divulgar algo que enaltece o muito trabalho já feito para garantir que o vinho do Pico continua a ser um produto de excelência!

Haja saúde!

Post scriptum: Adicionado outro texto explicativo sobre este assunto, da autoria de outro produtor de vinhos do Pico, bem como o direito de resposta ao artigo original, assinado por inúmeros produtores e entidades relacionadas com o vinho do Pico. Entretanto, o autor do artigo original escreveu um novo texto sobre este mesmo assunto, intitulado "Ainda o Pico e o problema dos herbicidas".



O Pico e os glifosatos — José Eduardo Rocha

Li com muita atenção o artigo sobre o abuso do glifosato nas vinhas do Pico. Considero o autor uma pessoa verdadeiramente interessada na divulgação dos nossos vinhos e, sobretudo, bem intencionado no que à verdade diz respeito.

Assim sendo, creio que as minhas notas serão bem recebidas.

Enquanto pequeno produtor de vinho e cuidador de currais de vinha, senti na pele a crítica e, num primeiro impacto, um sentimento de culpa no que diz respeito à minha contribuição para a degradação da saúde pública.

Foi mera reacção a palavras duras. Resposta emocional a acusações gravíssimas.
A verdade, no entanto, é bem diferente. Tenho a meu cargo 14 hectares de “património da humanidade” (terreno em currais), dos quais cultivo, por enquanto, apenas 3.

A realidade é diferente do retratado no artigo porque desde há, pelo menos, 5 anos que o glifosato não entra na minha propriedade. Fi-lo por opção. Utilizo apenas produtos que sejam “mais amigos do ambiente”, apesar do valor acrescido que pago por isso.

Neste momento poderia abandonar a discussão com o sentimento do dever cumprido e com a consciência tranquila. No entanto, este esclarecimento não é suficiente. Não se trata apenas da minha vinha mas sim das “vinhas do Pico” e do vinho único que aqui produzimos.

Tenho, portanto, que levar mais longe a minha explicação.

Desde há uns anos que a CVR, os Serviços Agrícolas e os produtores têm trabalhado em conjunto com vista a solucionar o problema da utilização excessiva dos glifosatos. E têm-no feito com grande sucesso. Começou-se com campanhas de sensibilização à população em geral para, numa segunda fase, organizar ações de formação dirigidas aos agricultores. Aí se aprende os perigos dos diferentes produtos aplicáveis na agricultura em geral e na vinha em particular. Aprende-se a cuidar e a gostar do ambiente e do património. Aprende-se, em síntese, a cuidar do que é nosso, de nós e, sobretudo, dos que depois virão.

São, neste momento, dois mil “aplicadores” já formados. Todos voluntários!

Como medida complementar, porque há sempre alguma “ovelha negra” (reconheço que existem), os produtos químicos de utilização na agricultura só são acessíveis a quem é certificado. Os produtos vendidos são inventariados e, como se não bastasse, existe um “caderno de campo” onde os produtos utilizados são descritos e relacionados com as áreas de aplicação.

Em resumo, os glifosatos foram um problema.

Os glifosatos, neste momento são uma triste recordação de um agricultura arcaica regida pelo “quanto mais melhor”.

Na actualidade, à excepção de alguns “patos bravos” que aterraram no Pico na busca do subsídio fácil e de um ou outro pequeno produtor mais ignorante, os glifosatos são um “não problema”.

É verdade que vemos muitas pessoas com “mochilas” às costas. Isso é irrelevante. O que interessa é o que vai lá dentro. Na maioria dos casos, estou certo, não são glifosatos.

Alguns são só turistas à procura do melhor lugar para acampar.



“O Pedro Garcias e as Fake News” — António Maçanita

Caro Pedro,

Muito me surpreende este seu artigo em que afirma que se aplica muito glifosato nos Açores, diz ainda o Pedro Garcias que nas vinhas do Pico se aplica muito, de tal forma que são as “vinhas mais químicas no país”. Diz quem? diz o Pedro, mas já lá vamos.

O seu título “Os vinhos do Pico e o perigo do glifusato”, associa o vinho do Pico a um dos herbicidas mais tóxicos se conhece no planeta, ora não só isto é muito grave, como é uma dupla falsidade.

Eu sei que a culpa não é sua Pedro, isto de ser cronista, não deve tarefa fácil, ter que escrever um artigo todas as semanas, nesta azáfama da vida, não dá tempo para um bocadinho de pesquisa. Mas nós ajudamos.

O Pedro dá primeiro a entender que se usa muito glifosato nas vinhas do Pico, segundo ao escrever “os vinhos do Pico” e não as “vinhas do Pico”, não de forma inocente, transmite ao consumidor que vinhos do Pico podem ter glifosato e ter implicações para saúde. Ambas estas afirmações são taxativamente mentira e as suas intenções desconhecendo-as, não podem ser nobres.

Ora quanto ao primeiro ponto, as vinhas do Pico são provavelmente das que menos glifosato usam no território Nacional por razões muito simples que estou seguro que o até Pedro vai entender.

Eu sei que Pedro foi ao Pico viu um senhor de pulverizador manual às costas de 15 L, um ser estranho, de pele rugosa, queimada pelo sol a aplicar produtos na vinha. E isto para quem é do continente assusta, pode dizer-se mesmo que traumatiza, pois não estamos mais habituados a isto. No continente é tudo com tratores com depósitos de 1000 L ou atrelados 2000 L a pulverizar com campânulas à grande. Não é assim sorrateiramente pela calada da tarde. O Pedro topou logo o malandro que saiu de um dia trabalho para ir tratar da vinha ao fim da tarde, estava viciado no glifosato. Eu sei que traumatiza, mas depois passa. Vamos agora à explicação.

Ora Pedro, o glifosato é o herbicida mais utilizado no mundo e pode dizer-se com segurança que o mais utilizado na vinha em Portugal. É a regra para o controlo de infestantes. Exceção feita e de felicitar a quem se converteu aos regimes biológico, biodinâmico ou outros produtores o substituíram por meios mecânicos como entre-cepas, trabalho de enxada, ou outros herbicidas de contacto. Mas podemos dizer com segurança que esses são a exceção.

A vinha do Pico tem, no entanto, a particularidade de que as vinhas são/estão deitadas sobre o chão, para se protegerem do vento, cobrindo o solo. Ora Pedro, não sei se sabia mas os herbicidas são aplicados no chão por isso durante praticamente todo o ano não se pode aplicar glifosato. Porquê, pergunta. Porque o glifosato é um herbicida sistémico. Sim sistémico, não se assuste com a palavra, que eu explico. É um herbicida que se toca em alguma parte vegetal da planta ataca todo o sistema matando a planta.

Agora tente lá explicar aos seus leitores como é que se aplica glifosato nas vinhas do Pico que cobrem todo o chão sem as matar? Não sabe? Mas esteve lá em Junho e viu.

Eu explico. Não se aplica. Não se pode, porque mata a planta.

Mas sei o que está a pensar Pedro. Então e no inverno que não há folhas? Ora Pedro no Inverno enquanto a maioria de Portugal continental está a aplicar glifosato, eu inclusive em algumas das nossas vinhas do continente. No Pico nós não aplicamos porque é desaconselhado. Não deve saber, mas nos Açores não faz frio suficiente para a planta fazer uma verdadeira dormência, o que faz a aplicação ter um risco muito elevado. Por esta razão e outras razões, a maioria dos produtores de vinho, como nós Azores Wine Company, Fortunato Garcia e Curral Atlantis abandonaram o glifosato.

Quanto aos Açores como um todo que também acusa de ser viciado no Glifosato, dou-lhe nota que a maioria dos estudos de glifosato ligados à saúde estão relacionados com a sua utilização intensa em plantações de milho, que foram geneticamente modificados para resistir a este composto. É curiosamente os Açores uma das regiões do mundo onde foi proibida a entrada dos milhos transgénicos e bloqueando utilização maciça de glifosato.

Pedro, depois disto tenho só a pedir se retrate publicamente e por favor sem as cambalhotas do costume. Já estou a adivinhar que vai dizer não era bem isso que queria dizer... mas foi o que escreveu.

Obrigado e cumprimentos

António Maçanita



"OS VINHOS DO PICO E O PERIGO DO GLIFOSATO” - DIREITO DE RESPOSTA

Ao abrigo dos artigos 24º, 25º e 26º da Lei de Imprensa os abaixo-assinados solicitaram à Editora do Suplemento Fugas do Jornal Público a publicação do seguinte texto ao abrigo do Direito de Resposta e de Retificação, na sequência do artigo de opinião assinado por Pedro Garcias, no suplemento “Fugas”, do jornal Público no dia 07/07/2018 com o título: “Os vinhos do Pico e o perigo do glifosato”.

DIREITO DE RESPOSTA PARA PUBLICAÇÃO:

"No seguimento do artigo intitulado “Os Vinhos do Pico e o Perigo do Glifosato” publicado no suplemento Fugas, de 7 de julho de 2018, da autoria de Pedro Garcias, vimos por este meio responder, mostrar a nossa indignação e exigir a reposição da verdade.

No vosso artigo, o título associa o “vinho do Pico” ao “Perigo do glifosato”. Não existe qualquer investigação científica que estabeleça uma relação entre a utilização de glifosato e a contaminação do vinho. É falso o alarme despoletado pelo título do artigo e é grave enganar o consumidor transmitindo a ideia, errada, de que o consumo do “vinho do Pico” poderá, de alguma forma, ser prejudicial à saúde.

A ilha do Pico tem o maior parque natural dos Açores e 33% da sua área é protegida (156 km2). Na zona marítima, 79 km2 são de proteção marinha. A Paisagem da Cultura da Vinha do Pico é classificada pela UNESCO como Património da Humanidade. Estes factos são, por si só, determinantes na relação política e cultural que a ilha do Pico mantém com todas as temáticas relativas ao ambiente.

Relativamente ao vinho e à vinha, que ocupa uma pequena parcela do território, o Pico é uma Denominação de Origem controlada. O que significa que todos os vinhos aqui produzidos são avaliados e analisados para posterior certificação através de uma entidade técnica e cientificamente competente. Numa paisagem única em que as vinhas são plantadas nas fendas das rochas junto ao mar, as vinhas estão todas sob o regime de “proteção integrada de acordo a Lei n.º 26/2013 de 11 de abril. As Vinhas do Pico, como referimos, são classificadas como Património da Humanidade desde 2004. É uma das (apenas) 14 regiões do mundo com esta chancela da UNESCO.

Os mais de 300 viticultores representam um total de quase 1.000 hectares de vinhas (10 km2), dos quais cerca de 700 hectares foram recuperados nos últimos 4 anos, num esforço de recuperação de uma cultura e uma indústria com uma História de mais de 500 anos. As vinhas do Pico não são mecanizadas. Todo o trabalho é manual. As vinhas do Pico são, por esta razão, das que menos emissões poluentes fazem no planeta. São, também, umas das vinhas que, no mundo, requerem mais mão-de-obra, contribuindo para a fixação das populações rurais e distribuindo riqueza.

A associação feita pelo artigo entre o Vinho do Pico e o Perigo do Glifosato configura, para além de uma falsidade, uma difamação, pois associa, de forma exclusiva, aquele produto aos vinhos do Pico. Damos nota que, apesar do artigo referir que também existe glifosato noutras vinhas em território nacional, nunca faz associação ao vinho, nem nomeia outras regiões.

O dano causado pela associação exclusiva de “Vinho do Pico” a “Perigo do Glifosato”, é incomensurável. A difamação contida nesta associação prejudica, de forma irreparável, toda a indústria dos vinhos do Pico e mancha a reputação de toda uma Região. A afirmação pode configurar, ainda, uma “viciação da concorrência”. Por estes motivos, impõe-se a reposição imediata e cabal da verdade, esclarecendo os leitores sobre a realidade dos factos.

Existe perigo de saúde de Glifosato nos vinhos do Pico? Os vinhos do Pico têm mais perigo para a saúde do que outras regiões?

A resposta é, taxativamente, NÃO a ambas as questões! As vinhas do Pico estão todas sob o regime de “proteção integrada” e os vinhos do Pico são todos analisados e certificados pela Comissão Vitivinícola Regional dos Açores, não havendo qualquer risco para a saúde associado a glifosato ou a qualquer outro herbicida.

Os herbicidas são utilizados de forma consciente e controlada. Consciente porque os aplicadores frequentaram ações de formação específicas onde aprenderam os perigos que os herbicidas implicam para a saúde pública e a forma correta de os dosear e aplicar. Controlada porque a venda de produtos químicos está vedada ao público em geral e porque os agricultores têm de manter registo dos produtos utilizados.

Afirma ainda o artigo que “Não deve haver vinhas mais químicas que as do Pico”. Entende-se que esta grave acusação é falsa e configura de novo uma difamação e “viciação da concorrência”.

Note-se em primeiro lugar que as vinhas do Pico têm a particularidade de serem rasteiras, para proteção do vento, cobrindo o solo. Sabendo que todos os herbicidas são aplicados no chão, percebemos que não se pode aplicar glifosato praticamente todo o ano. Poder-se-ia eventualmente no Inverno quando não há folhas. Ora, no Inverno enquanto a maioria de Portugal continental está a aplicar glifosato, no Pico não se aplica porque é desaconselhado, porque não faz frio suficiente para a planta fazer uma verdadeira dormência (seria um risco muito elevado para a sobrevivência das plantas). Por esta razão, entre outras, a maioria dos produtores de vinho abandonaram o glifosato.

Acrescentamos que, nas vinhas do Pico, a impossibilidade de utilização de tratores obriga a que qualquer aplicação de produtos seja manual, de pulverizador às costas. Esta é uma aplicação muito mais precisa, apenas feita sobre o que se quer tratar e não sobre a totalidade do terreno, ao contrário do que acontece na generalidade das vinhas em território nacional, que são mecanizadas.

O artigo não refere qualquer dado comparativo entre países ou entre regiões portuguesas para sustentar as suas conclusões. Damos nota aqui de um dado comparativo importante: numa vinha em espaldar, que é a norma em Portugal continental, um trator consegue aplicar num dia herbicidas entre 7 a 10 hectares de vinha. No Pico, como tudo tem que ser aplicado por “alguém com um pulverizador às costas”, um homem consegue tratar apenas 0,3 hectares de vinha por dia, isto é, um trator aplica cerca de 23 a 33 vezes mais do que o homem do Pico.

Pergunta-se então se se aplica mais glifosato nas vinhas do Pico que noutras regiões de Portugal?

Não! Aplica-se menos glifosato nas vinhas do Pico do que na generalidade das vinhas em Portugal. Em terceiro lugar, o artigo afirma que “Os Picarotos parecem viciados em herbicidas”. Neste caso, configura efetivamente uma opinião, mas não deixamos de registar que procura apenas denegrir de forma generalizada a população de uma ilha. Ao contrário do que dá a entender a mensagem do artigo, o mais recente estudo da Universidade dos Açores, comprova que os Açores, de entre as ilhas da Macaronésia, são a Região que tem a menor utilização de produtos fitofarmacêuticos na agricultura.

O artigo refere ainda, em tom de conclusão, que “Haverá sempre quem beba sem se preocupar em saber o percurso do vinho até chegar ao copo, mas quem se dispõe a pagar um preço alto por uma garrafa de vinho — e os vinhos do Pico são obrigatoriamente caros — quer saber um pouco mais sobre o que vai beber. Esse consumidor não está apenas a comprar vinho, está também a comprar uma experiência, um bem cultural, um testemunho de uma paisagem e de um povo. Regar tudo isto com glifosato não é uma boa ideia.”

O artigo conclui, portanto, que os vinhos do Pico, apesar da sua cultura e valor, são regados de herbicidas, colando de novo o vinho do Pico ao glifosato. São afirmações graves, infundadas que difamam toda uma região e que provocam danos incalculáveis a toda a indústria de vinhos dos Açores.

A utilização dos herbicidas em geral e do glifosato em particular só é nociva para a saúde humana quando se verifica a sua acumulação nos solos e nos lençóis de água em valores superiores aos parâmetros considerados aceitáveis e determinados pelas instituições científicas e legislativas. Segundo os últimos estudos científicos realizados, os solos dos Açores apresentam índices de contaminação mínimos quando comparados com a regulamentação, sendo inferiores a outras regiões. De acordo com os relatórios da ERSARA, a água fornecida à população dos Açores é de boa qualidade e, apesar das centenas de análise efetuadas anualmente, nunca o perigo de contaminação por herbicidas foi, sequer, referida. Acresce que todas as análises efetuadas às zonas balneares dos Açores indicam que a qualidade da água é excelente.

É caso para perguntar onde se meteram os glifosatos?

Concluímos afirmando, com orgulho, que as ilhas dos Açores são, realmente, certificadas pela Natureza!

Os Abaixo-Assinados:

CVR AÇORES / ADEGA A BURACA / AZORES WINE COMPANY / CANCELA DO PORCO/ COOPERATIVA VITIVINÍCOLA DA ILHA DO PICO / CURRAL ATLANTIS / VINHOS CZAR"