domingo, 13 de novembro de 2016

As preocupações dos exportadores de carne do Pico


Do total de explorações dos Açores que se dedicam à produção de gado de carne com Identificação de Origem Protegida (IGP), é na ilha do Pico que se situa a grande maioria destas explorações (quase 40% do todo regional), o que significa que esta é a ilha que mais produz carne nos Açores.

Semanalmente são exportados pelo menos três contentores de carne (chegando por vezes aos seis contentores), o que significa que esta atividade económica é de extrema importância para a ilha do Pico, em particular, e para os Açores, em geral.

Garantir a qualidade deste produto alimentar passa não só pelo trabalho dos exportadores de carne, mas também por tentar assegurar a frescura da carne quando esta chega ao seu destino. Assim, é importante que toda a logística associada contribua para a valorização deste produto açoriano de excelência.

Considerando tudo o que foi mencionado anteriormente, compreende-se e justifica-se as preocupações dos exportadores de carne da ilha montanha derivadas da recente calendarização das escalas de navios porta-contentores na ilha do Pico (ver vídeo em anexo). Mais concretamente, devido ao facto do toque semanal no Porto do Cais do Pico passar a ser feito à terça-feira em algumas semanas (ao invés de quinta-feira), os negócios com os compradores de carne poderão estar em risco devido à frescura da carne (com esta alteração, a carne chega ao destino 10 dias depois do abate, enquanto se a mercadoria fosse carregada à quinta-feira, era possível reduzir esse intervalo de tempo para 7 dias).

Caso não seja encontrada uma solução para este problema, irá ocorrer um efeito dominó prejudicial para todas as partes envolvidas:
  • Os exportadores de carne deixarão de vender uma grande parte da sua produção, reduzindo significativamente o seu rendimento;
  • A Região passará a gerar menos riqueza, consequentemente passando a depender ainda mais do exterior;
  • As empresas associadas ao transporte marítimo de mercadoria também perderão parte do seu negócio, implicando um provável aumento de custos na exploração da rota Continente/Açores.
Urge então tentar resolver as preocupações dos exportadores de carne do Pico, pois, tal como ficou aqui demonstrado, a solução trará vantagens para todos!

Haja saúde!

Post scriptum: Nota para um agradecimento ao amigo Rui Pedro Ávila, por ter ajudado a divulgar este post através do seu espaço de opinião no 'Jornal do Pico', edição n.º 655, de 18 de novembro de 2016.

[Link para notícia RDP/Açores igualmente sobre este assunto]

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